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segunda-feira, 13 de junho de 2011

IDENTIDADE


Eu já nem sei
se sou gente
ou pássaro.

Por que meu corpo está parado
e mesmo assim viajo.
O teto baixo
não é limite
para onde meus olhos podem alcançar.

Eu já nem posso distinguir
se sou fêmea humana ou felina
por que sinto minhas mãos como garras a tremerem
sob a vibração do desejo.

Os lábios me traem
sobre o tilintar dos dentes
e mesmo assim sou neve macia
feita gelada para queimar.

Eu já nem sei se me sinto grande ou minúscula
gigante ou anã.
Vagando nas ruas ou boiando no mar.
O corpo pluma, os braços máquina
A pele opaca e a mente desordeira.

Por que meu peso não resiste ao das estacas
mas carrega no peito
a infinita resistência.
Imensas porções de amor guardadas
e mesmo assim sou só.

Ao final desta noite
eujá nem posso me distinguir no espelho
saber se sou braços ou asas
pernas ou patas,
mulher 
ou gaivota.

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