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quarta-feira, 21 de março de 2012





FIM


Fome, medo
sede, trauma.
Amor que nada afaga
que treme
destrata
cisma, pisa.

Pele, cinza
amor-torcida que fumega
saudade-cana quebrada
amor torrente
sobrevivente
à tempestade de vis palavras.

Esperança infrutífera
amanhã sem dia
dia sem noite
noite sem bruma
escuridão desalmada.

Onde ainda este amor?
que nem UTI recupera
mas que agonizando, sussura,
chora;
e no silêncio contido
espera?

Onde a esperança
que no impossível descansa
que, disfarçada de brisa
crê, ainda, em mudança?

Quem seria este amor?
Um rufar absurdo?
Um golpe violento?
Quem seria este amor?
que apanha, sucumbe
vagueia à distância
num tênue feixe de luz
que invade o pensamento
por um segundo
como doce alimento
para, logo em seguida
lembrar sua condição precária
e voltar a prantear
ao relento?

Quem seria este amor?
Um mísero sem-vergonha?
Um pobre coitado?
Um ridículo, enjeitado?
Um paciente terminal?
Uum filho indesejado?
Um cão pulguento?

Seja quem for
dia desses morre de vez
e o coração, duro
fica no desalento
observando a fumaça no resto do pavio
lamentando o desejo perdido
condenando a vida
e a realidade
por terem deixado morrer este amor
definitamente
falido.






Um comentário:

Carlos Orfeu disse...

Á magia da poesia de diálogar
ocm nossas almas,de falar
no que já houve em algum determinado espaço de passados e presentes.
Á magia da poesia,de mergulhar
nas palavras de ver como um filme
á cena na aquarela das palavras
de derepente se encontrar á pensar
na pessoa que se foi,em algum erro que volta nas horas mudas.

Ah,grande poetisa que belo poema
que me fez pensar nos escombros
de um passado.